Homeopatia em animais


Marcelo Guerra

O progresso material que a humanidade desenvolveu nos 2 últimos séculos levou também a uma destruição de recursos naturais. Vários animais foram extintos nesse período, por falta de condições para manter sua sobrevivência. Como contraponto a esse processo, determinados grupos têm desenvolvido uma consciência de preservação e de valorização dos animais. Dentre esses grupos, destacam-se os veterinários homeopatas.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária reconheceu a Homeopatia como uma especialidade em 1996, o que autorizou os médicos veterinários a fazerem uso dessa forma de terapêutica. Em 1999, o Ministério da Agricultura também a reconhece como uma possibilidade no tratamento de animais para consumo humano.

Os métodos para sua utilização são os mesmos usados para seres humanos: a observação de sintomas físicos e comportamentais. Com isso, difundiu-se rapidamente a demanda por veterinários homeopatas para o tratamento de animais domésticos, com ótimos resultados. Independente da espécie, todos os animais podem ser tratados pela homeopatia, e há veterinários que tratam pássaros, rãs, abelhas, cabras, além dos mais óbvios cães e gatos. A homeopatia é indicada a praticamente todo tipo de doença ou sintoma, desde os quadros respiratórios aos digestivos (gastrite diarreia), passando pelos problemas dermatológicos e os comportamentais.

Os bons resultados dos animais tratados com homeopatia derrubam uma insistente crítica de que o medicamento homeopático funciona como placebo, ou seja, pela fé que o paciente experimenta no médico que lhe presta atendimento, e não no poder medicamentoso em si dos remédios.

Já há fazendas cujos animais, como cavalos, frangos ou vacas, são tratados exclusivamente pela homeopatia. Esses animais recebem tratamento quando estão doentes, mas há uma nova vertente que é a de prevenção de doenças e melhoramento em rebanhos, o que inclui o trabalho do Zootecnista.

Em frangos de corte tratados com homeopatia, por exemplo, há aumento do ganho de peso, redução nas parasitoses e do estresse proveniente da vida em espaço confinado (http://revistas.bvs-vet.org.br/recmvz/article/view/300). Em vacas leiteiras também foi observado melhor controle de parasitoses em vacas que tomavam medicamentos homeopáticos adicionados à sua ração, além de um substancial aumento na produção de leite (https://home.unicruz.edu.br/seminario/downloads/anais/ccs/uso%20da%20homeopatia%20na%20bovinocultura%20de%20leite%20%E2%80%93%20revisao%20de%20literatura.pdf). Em colmeias com morte de larvas de abelhas, um estudo desenvolvido na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro mostra um resultado de sobrevivência de 80% das abelhas quando essa colmeia é tratada com homeopatia, enquanto o grupo controle teve aumento de 200% na mortalidade (https://www.apacame.org.br/mensagemdoce/116/sanidade3.htm). Além dos efeitos citados, a ausência de resíduos nos produtos como o leite, a carne de frango e o mel, quando consumidos pelos humanos, representa uma vantagem sanitária de grande valor.

Seja no tratamento de animais de estimação, seja no aprimoramento de criações animais para consumo humano, a homeopatia tem se mostrado uma opção promissora, tanto pelos seus resultados diretos quanto pela ausência de resíduos tóxicos.