Hoje tem cajá!!!

Marcelo Guerra

Hoje encontrei cajá na feira, uma fruta que eu adoro! Na casa da minha avó tinha um pé e todo ano me empanturrava de cajá, sem contar o doce que ela fazia. Adoro frutas azedas, como o cajá e o tamarindo (esse tinha um pé na casa da minha outra avó). Ano passado, em Manaus, tive algumas oportunidades de tomar suco de cajá, que no Norte é chamado de Taperebá.

Além de deliciosa, é uma fruta rica em qualidades medicinais. Algumas das propriedades medicinais do cajá são:

  • Ajudar no emagrecimento, pois é rico em fibras que aumentam a saciedade e reduzem o apetite.
  • Prevenir doenças cardiovasculares, pois é rico em antioxidantes e anti-inflamatórios que combatem os radicais livres e evitam a formação de placas de gordura nas artérias.
  • Combater a anemia, pois é rico em vitamina C que melhora a absorção de ferro dos alimentos e em ferro que é essencial para a formação da hemoglobina.
  • Fortalecer o sistema imunológico, pois é rico em vitamina C que estimula a produção de glóbulos brancos e anticorpos.
  • Melhorar a digestão, pois é rico em fibras que regulam o trânsito intestinal e evitam a prisão de ventre.
  • Aliviar dores estomacais e cólicas, pois o chá das folhas do cajá tem propriedades anti-inflamatórias e analgésicas.
  • Controlar o diabetes, pois o chá das folhas do cajá tem propriedades hipoglicemiantes que reduzem os níveis de açúcar no sangue.

O cajá pode ser consumido in natura ou na forma de sucos, sorvetes, geleias, doces e licores. É importante lembrar que o consumo excessivo de cajá pode causar acidez estomacal ou diarreia ( eu nunca passei por isso, apesar de comer muito na época do cajá, quando era criança).

Psicologia junguiana e homeopatia: por quê?

Há 14 anos concluí a formação em Terapia Biográfica, e ano passado iniciei formação em psicologia junguiana. O que eu busco com isso?

A psicologia junguiana é uma abordagem terapêutica que visa auxiliar o indivíduo a resgatar a sua essência e a integrar os aspectos conscientes e inconscientes da sua personalidade. A homeopatia é um sistema de medicina que trata as doenças com substâncias naturais que estimulam a capacidade de cura do organismo.

A psicologia junguiana pode ajudar o médico homeopata a:

• Compreender melhor os sintomas e as emoções dos pacientes, bem como os seus sonhos, fantasias e imagens simbólicas.

• Identificar os arquétipos e os complexos que influenciam o comportamento e a saúde dos pacientes.

• Utilizar técnicas como a amplificação, a imaginação ativa e a sincronicidade para estabelecer uma relação terapêutica mais profunda e significativa com os pacientes.

• Integrar os conhecimentos da homeopatia com os da psicologia analítica, buscando uma visão integral do ser humano.

Os arquétipos de Jung são imagens primordiais que representam motivos humanos fundamentais e que compõem o inconsciente coletivo, que afeta o comportamento das pessoas. Eles podem ser percebidos em sonhos, mitos, contos de fadas e na arte.

A relação entre os arquétipos de Jung e os remédios homeopáticos é que ambos buscam atuar na dimensão mais profunda do ser humano, a sua essência ou self. Os remédios homeopáticos são escolhidos de acordo com o tipo constitucional do paciente, que pode ser influenciado por um ou mais arquétipos. Por exemplo, o remédio Lachesis pode ser associado ao arquétipo da Serpente, que geralmente simboliza a transformação e a cura.

Assim, os remédios homeopáticos podem ajudar a equilibrar a pessoa, favorecendo a integração dos aspectos inconscientes à consciência e trazendo harmonia psíquica.

Homeopatia para melhorar a qualidade de vida – tratamento de fibromialgia

A fibromialgia é uma doença que não se cura sozinha e tende a se prolongar. Sua causa ainda não é conhecida totalmente, mas tem sido associada a fatores emocionais, como estresse, tristeza, ansiedade e dificuldade de expressar os próprios sentimentos. É uma doença que não apresenta alterações no corpo mesmo, mas o afeta de forma intensa, com dor nos músculos, ossos e tendões. Não existe um exame que possa ser usado no seu diagnóstico, sendo realizado pelo médico na consulta, através de entrevista minuciosa e exame físico.

A pessoa percebe que alguma coisa não está bem, porque sente mal-estar e dores difíceis de explicar.

Não é muito comum encontrar pacientes com sintomas isolados de fibromialgia. A maioria das pessoas com essa doença já vem lutando com tratamentos para outros diagnósticos, como depressão, cansaço, enxaqueca e muitas outras queixas que não são muitas específicas. A pessoa percebe que alguma coisa não está bem, porque sente mal-estar e dores difíceis de explicar.

A dor causada pela fibromialgia localiza-se numa região do corpo para, logo depois de alguns dias, mudar para outra. A dor pode ser uma sensação de peso, uma dor “chata”, mas muitas vezes é uma dor intensa, que atrapalha os movimentos da parte afetada no momento, ou até mesmo a realização de atividades que fazem parte da rotina. A dor de cabeça costuma acompanhar essa dor no corpo. Episódios de diarreia e períodos de prisão de ventre contribuem para o mal-estar da paciente.

…é uma doença que atinge a pessoa por inteiro e, por isso, necessita de uma abordagem que considera o ser humano de forma integral.

É uma doença que já acomete 2% das pessoas no mundo todo, e quase o dobro desses pacientes são mulheres. Além da dor, é comum que esses pacientes se queixem de mudanças no sono, cansaço, dor de cabeça e alterações intestinais. O que é uma demonstração de que é uma doença que atinge a pessoa por inteiro e, por isso, necessita de uma abordagem que considera o ser humano de forma integral.

A Homeopatia vem sendo utilizada com sucesso há décadas no tratamento de fibromialgia. Trabalhos recentes mostram o resultado na melhora das dores e da qualidade de vida em mulheres com fibromialgia e outras doenças crônicas.

Referências:

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0965229914001034?via%3Dihub

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33662995/

A gente precisa ser escutado

Marcelo Guerra

Aproveitei o feriado para assistir alguns filmes. Dentre eles, vi um afegão, muito interessante, chamado PEDRA DE PACIÊNCIA, e aproveitei para rever um francês que gostei muito e já indiquei para várias pessoas, A FAMÍLIA BÉLIER. Decidi rever por causa do tema do primeiro. (O texto contém spoilers, mas não afetam a experiência de assistir os filmes).

Os filmes apresentam inúmeros contrastes, como o ambiente rural bucólico X a cidade destruída pela guerra, as preocupações de uma adolescente europeia X o desejo de um mínimo de autonomia da mulher afegã. No entanto, ambos mostram uma necessidade universal não satisfeita: a necessidade de alguém ser escutado, de poder revelar sua história e suas aspirações às pessoas próximas sem medo de condenação, críticas ou humilhação.

A necessidade de alguém ser escutado, de poder revelar sua história e suas aspirações às pessoas próximas sem medo de condenação, críticas ou humilhação.

PEDRA DE PACIÊNCIA é a história de uma mulher afegã, vivendo em meio à guerra, tendo que cuidar do marido em estado vegetativo por causa de uma bala na nuca. Ela começa a falar com ele, a princípio queixando-se da situação de abandono em que estão, sem atendimento médico, sem dinheiro, sem família, às moscas. E quando eu digo às moscas, é também literalmente, porque sempre aparecem muitas moscas no filme.

Aos poucos, ela vai contando sua história ao marido que está ali sem expressar nenhuma reação. Conta os seus medos, suas aspirações, como foi a sua percepção do noivado e do casamento. Conta de como se sentiu decepcionada por ter se casado sem a presença do noivo, devido à guerra. Nessa ocasião, o noivo foi representado por seu punhal, um símbolo de virilidade,  poder e honra, o que é bastante significativo tendo em conta a descrição que a mulher faz de sua rude vida em comum e de suas relações sexuais, descritas como relações sem afeto, completamente de mão única. À medida em que vai se abrindo para esse homem de quem ela na verdade sabe muito pouco, ela vai demonstrando maior preocupação e cuidado com ele.

A protagonista lhe conta sobre sua infância, sobre o pouco cuidado e acolhimento que o pai dedicava a si e à sua irmã mais velha, muito menos do que às suas codornas. Fala da subjugação da mulher numa cultura islâmica fundamentalista, do seu valor como moeda de troca, e de como isso a perturbava. Por fim, conta até seus segredos mais íntimos, que poderiam ameaçar sua própria vida.

Em meio à violência da guerra, ela conhece um homem com quem ela pode ter alguma troca, que escuta seus desejos e de quem ela escuta a história. O final do filme exibe alguma esperança de redenção em meio à dor.

A FAMÍLIA BÉLIER se passa no interior da França, e a protagonista é uma adolescente que ajuda os pais na fazenda em que vivem e frequenta a escola, com todas as questões próprias a esse contexto. O detalhe é que seus pais e seu irmão são surdos-mudos, e ela faz a ligação da família com os fornecedores e compradores, com o mundo em geral. Num paralelo, o filme vai mostrando o nascimento e crescimento de um bezerro da fazenda, que ela batizou de Obama, por ser diferente do restante do rebanho.

Na escola, ela precisa escolher uma disciplina de artes e se decide por entrar para o coral, para se aproximar de um garoto por quem ela tinha algum interesse. Logo o professor percebe que ela possui uma voz excelente e sugere que ela participe de um concurso para fazer parte de um importante coral em Paris. O que havia sido uma decisão sem interesse real na música traz um dilema que vai afetar toda a sua vida e de sua família.

Por não escutar, a princípio seus pais não valorizam seu interesse pela música, mas ao se darem conta da repercussão que o seu canto provoca nas pessoas, deixam um pouco de lado seus interesses e dificuldades pessoais para ajudá-la a realizar-se. O filme é uma metáfora meio óbvia da eterna queixa dos adolescentes de que “ninguém me escuta”. Neste caso, não escutam mesmo.

É o interesse real pelo que o outro tem a dizer que cria vínculos entre nós.

É a escuta que permite que as pessoas se conectem de verdade, muito além de curtidas e compartilhamentos. É o interesse real pelo que o outro tem a dizer que cria vínculos entre nós. Não é uma escuta motivada por curiosidade ou desejo de julgamento, mas uma escuta de histórias, daquilo que pensa e sente aquele que fala, o que lhe motiva, o que lhe causa dor e desconforto, quais são suas aspirações. Aquilo que torna alguém humano, em resumo.

A quem você pode escutar hoje?

As psicoterapias fazem dessa escuta uma importante profissão, e têm ajudado muitas pessoas desde que Freud descobriu o Inconsciente. Nesse caso, é uma escuta qualificada, com uma técnica própria a cada modalidade de psicoterapia. Mas a escuta verdadeira não deve se limitar aos consultórios, ela deve permear os relacionamentos humanos, sejam amorosos,entre pais e filhos ou entre amigos. Uma vez, um pastor me disse numa conversa que Jó, da história do Velho Testamento, no auge das desgraças que lhe aconteceram, recebeu a visita de amigos que simplesmente se sentaram ao seu lado por sete dias para se solidarizar e escutar o que ele tivesse vontade de dizer. Eles não foram para sugerir nada, para criticar nada, só para estar ao seu lado e lhe emprestar os ouvidos. Acredito que estamos perdendo essa capacidade da escuta e precisamos reaprendê-la para que a rede de nossas conexões humanas possa ser novamente tecida. A quem você pode escutar hoje?

O pão nosso de cada dia

Eu gosto de pão. E gosto ainda mais de fazer pão. Tudo começou com uma receita de massa de pizza que minha mãe me ensinou há muito tempo. Minhas pizzas faziam sucesso na família, e eu comecei a mexer na receita. Substituí um pouco de trigo branco por uma parte do integral, substituí margarina por manteiga para evitar azia, e por aí vai. Um dia resolvi fazer um pão com a massa que sobrou e gostei bastante do resultado. Foi quando comecei a pesquisar sobre pães e a testar diferentes receitas. Até que um grande amigo me falou de fermentação natural, o lévain ou sourdough. Eu sequer podia imaginar que fosse possível fazer o seu próprio fermento. Aí se abriu um novo desafio para mim. Tentei diferentes receitas e não conseguia fazer um fermento que durasse mais de 4 dias. Até que neste mês eu consegui fazer e ele já está com 21 dias! Com ele, fiz pão umas 4 vezes, com resultados variáveis. Fazer o pão com tantas variáveis que podem dar errado tem me feito pesquisar e refletir sobre o tema.

O pão é o resultado da interação harmoniosa dos quatro elementos: o trigo que vem da terra, a água que vai ser o veículo de todas as reações químicas e biológicas que vão dar a consistência e o sabor, o fermento que vai gerar o ar dentro dessa estrutura que é maciça no início, e o fogo que vai transformar isso tudo no fim das contas.

São muitas as situações que percebo em minha vida que teria sido necessário “fermentar” um pouco mais

Além dos quatro elementos, há um quinto, que é essencial para fazer um pão e também para a maioria dos grandes acontecimentos de nossas vidas: o tempo. Sem usar o tempo como um ingrediente, o pão fica pesado e duro, ou mal assado, ou queimado. O uso de diferentes fermentos traz diferentes resultados principalmente ao sabor e requer diferentes durações do descanso da massa. Com o fermento industrial, o pão está pronto para ir ao forno após uma hora. Com o fermento natural, preciso pelo menos de 12 horas. Enquanto o pão feito com o fermento industrial apresenta um sabor quase neutro, bom para servir de suporte para os diferentes recheios, o pão com fermentação natural apresenta uma mistura dos sabores doce e ácido que o torna agradável de comer por si só.

Para trabalhar com algo que requer tempo, como a fermentação natural exige, é preciso planejamento. Não posso chegar em casa do trabalho e amassar um pão para assar ainda à noite e servir como lanche. Preciso amassar de um dia para o outro. Após umas três horas de amassado e sovado, se vou conferir, parece que não mudou nada, a impressão é de que esse fermento não vai funcionar. No entanto, no dia seguinte, pela manhã, constato um crescimento apreciável da massa, embora ainda não haja uma explosão de bolhas como o fermento industrial gera. Mas depois de 24h fermentando, encontro uma massa bem estruturada e leve, com um aroma todo próprio, e após assar, me delicio com um pão de sabores e texturas que eu não conhecia.

São muitas as situações que percebo em minha vida que teria sido necessário “fermentar” um pouco mais, e não atirado a massa fora achando que havia desandado. Fazer o pão tem me dado a chance de meditar sobre como lido com o tempo nas minhas demandas. Geralmente não lido, simplesmente busco atalhos que não vão me proporcionar o sabor de um bom pão fresco, rico em sabor. O tempo é um ingrediente que é geralmente desprezado na cozinha de muita gente, é sentido mais como um entrave do que como um aliado. O ato de observar o lento crescimento do pão e sentir o aroma que vai se formando ao longo de 24h é algo prazeroso. Uma comparação fácil é com uma viagem que você planeja com antecedência, é como se toda a preparação já fosse o início do deleite da viagem, e esta em si é a apoteose de todo esse processo.

Esse lidar com o tempo, usá-lo a meu favor, é algo que estou aprendendo para poder viver situações que tenham sido plenamente desenvolvidas e deixar de descartar precocemente aquilo que poderia ser muito positivo. É um processo lento, que requer TEMPO.

O que você faz com seus talentos?

Na metodologia do Trabalho Biográfico dividimos a vida em períodos de 7 anos, que chamamos Setênios. Esta divisão tem um propósito didático, mas contém em si uma sabedoria, já conhecida dos antigos filósofos gregos, que primeiro propuseram esta divisão. Cada passagem de setênio é marcada por acontecimentos que levam a vida para uma direção diferente. Às vezes esses acontecimentos são externos, fatos verdadeiramente, mas muitas vezes são internos, mudanças de nossa percepção em relação ao mundo. Sejam internos ou externos, esses acontecimentos provocam crises na nossa existência.
Por volta dos 28 anos, às vezes um pouco antes ou um pouco depois, vivemos a Crise dos Talentos. Até os 21 anos fomos educados, e no início da vida adulta experimentamos o que aprendemos em nossa vida pessoal, amorosa e profissional, muitas vezes de forma impulsiva, guiados mais pelos sentimentos e sensações do que pela razão. Chegando aos 28 anos, estamos desenvolvendo mais o pensamento racional, e cada decisão passa a ser muito mais pesada e medida do que apenas sentida. Muitas pessoas dizem que “agora a juventude acabou”, e buscam situações mais estáveis na vida. Por exemplo, se você mudou muito de emprego, sempre seguindo as propostas e possibilidades de aprender algo novo, agora já buscará estabelecer um momento mais estável na sua carreira, seja através de um emprego ou mesmo por conta própria. Não estou falando de arrependimento em relação às mudanças do início da vida adulta, já que essa multiplicidade de experiências fez com que você desenvolvesse múltiplos talentos.
E a Crise dos Talentos leva você a pensar: “saí pelo mundo, pela vida, vivi muitas situações, aprendi muita coisa, desenvolvi muitos talentos mas… e agora? O que eu faço com meus talentos daqui para a frente? Sobre quais talentos eu quero trabalhar para que se desenvolvam mais e possam tornar-se uma faculdade em minha vida? Quais talentos preciso deixar de lado, totalmente ou pelo menos parcialmente, por não me servirem mais ou não me interessarem mais?”
Muitas vezes a Crise dos Talentos aparece como um questionamento de suas próprias capacidades. Em minha vida, apareceu entre os 28 e os 29 anos. Eu trabalhava como médico homeopata e pediatra em uma cidade muito pequena, perto de Nova Friburgo, e era o único homeopata da cidade. Tinha muitos clientes, ganhava bem, tinha um nome respeitado, mesmo sendo tão novo e estar formado há apenas 5 anos. Já não precisava mais dar plantões, passeava nos finais de semana com a família, viajava frequentemente. Tudo de bom! Aí começou o comichão… Eu me questionava se era realmente um bom médico homeopata ou se fazia sucesso por ser o único na cidade, tipo ’em terra de cego quem tem um olho é rei’. Resolvi mudar para Friburgo e começar a trabalhar lá, já que é uma cidade muito maior, e tem uma tradição em termos de homeopatia, sempre com muitos médicos homeopatas (proporcionalmente à população, tem mais homeopatas que a maioria das capitais). Logicamente mantive alguns dias no antigo consultório, não foi um salto sem rede de proteção, mas aos poucos fui aumentando meus horários no consultório de Friburgo, e tudo deu certo. Eu tinha talento pra coisa! Daí começou uma nova fase em minha vida, com novas possibilidades (o contato com a Antroposofia começou aí, aos 28 anos, através de uma amiga de Friburgo).
Esta Crise dos Talentos muitas vezes é deflagrada por alguém, um amigo ou alguém que passa batido pela nossa vida, que fala alguma coisa e cria esse comichão. Pode ser também um livro, um filme, mas sempre levando a um profundo questionamento do que fazer com os talentos que conquistamos até então.
Observe na sua história, se você já passou dessa idade, o que pode ter sido essa Crise dos Talentos. E, se você ainda não chegou aos 28 anos, esteja de olhos e ouvidos abertos para os questionamentos que vão surgir nesta fase. Eles vão lhe trazer uma certa angústia, afinal a palavra ‘crise’ não é retórica, mas você vai entrar num novo rumo em sua vida, num crescimento pessoal muito recompensador.

Marcelo Guerra

Artigo originalmente escrito para a Revista Personare.

As vivências da infância no cuidado de si


A investigação das experiências infantis e sua influência na biografia do adulto.
Carinho, cuidado, confiança, coragem, resiliência: aprendizagens da infância que organizam a experiência do adulto.
De que maneira a sua infância influencia a sua vida hoje?

Dentro de cada um de nós ressoa ainda a nossa infância, que participa da nossa percepção e apreciação do mundo, daquilo que vivenciamos e sentimos, e é indispensável que esse ressoar seja saudável para que possamos ser adultos completos!
Muitas vezes não recebemos os cuidados e atenção que precisávamos quando crianças para podermos nos desenvolver de forma plena. Não poucas vezes sofremos abusos quando crianças, sejam físicos, sexuais ou com palavras. Ouvimos ofensas daqueles que deveriam nos proteger e cuidar. Palavras duras, como “você é muito preguiçoso”, “você não consegue aprender nada”, “você só faz besteira”, “você não presta mesmo”. Tudo soa como profecias que precisamos cumprir em nossas vidas, e assim vamos agindo para confirmar as palavras daqueles que amamos tanto.
Outras vezes as palavras vieram inflar nosso ego infantil, causando dificuldades na vida adulta da mesma maneira. Essa situação é exemplificada por elogios exagerados como “você é o melhor”, “minha filha nunca me deu trabalho, sempre foi comportada e obediente”, “você é a mais linda de todas”, “ninguém supera sua inteligência”.


Carregamos essas falas como verdades inconscientes.

Tanto as falas negativas quanto as positivas podem fazer com que a criança em desenvolvimento molde o seu comportamento de acordo com elas. Carregamos essas falas como verdades inconscientes. Por serem inconscientes, são mais difíceis de ser identificadas sem um trabalho terapêutico. 
Por outro lado, o que vivemos na infância é capaz de criar em nós a confiança nas outras pessoas, a criatividade que nos permite solucionar problemas quando adultos e a nossa capacidade de cultivar amizades. 
Ainda podemos libertar essa memória pulsante de nossa infância dessa dor que não foi expressa e que fica fazendo pirraça ou agindo de acordo com as ofensas que interiorizou desde criança, coisas que não cabem mais na vida de um adulto sadio, e atravancam nossos relacionamentos, nossa vida profissional e, principalmente, nossa autoestima! Porque o que essa criança quer mesmo é brincar, fazer amigos, criar e ser livre!!!


Transformar a dor em criatividade

Nesta vivência, buscaremos identificar os pontos da sua infância que influenciam suas atitudes de hoje, para que possamos trabalhá-los em grupo, buscando entendê-los e transformar a dor em criatividade que nos permita viver uma vida mais de acordo com o que sonhamos e não com o que nos (mal) profetizaram.
Este trabalho será realizado em grupo, com interações entre os participantes, que serão incentivados a criar um bebê-estrela, a partir de suas biografias.
Venha com uma roupa confortável, traga fotos suas de quando criança, brinquedos que você ainda tenha, objetos de sua infância que são importantes para você.

Quem coordena?

Marcelo Guerra, médico e terapeuta biográfico.

Nina Veiga, Psicopedagoga artística e doutora em educação e coordenadora da Pós-Graduação em Artes-Manuais para Terapias.

Quando e onde?
De 18 a 20 de janeiro de 2019, entrando às 18h de sexta e saindo até as 16h de domingo. 
A nossa estadia será no Centro Holístico Urucum – Sítio Vale de Luz, em Nova Friburgo, e inclui hospedagem compartilhada com refeições ovolactovegetarianas incluídas. Pode ser combinada hospedagem em quarto individual.

Quanto?
R$960, que podem ser parcelados em 3 vezes.
A inscrição pode ser feita pelo e-mail marceloguerra@terapiabiografica.com.br ou pelo WhatsApp (22)98175-7030.

Vivência: Treinando o Olhar

No trabalho terapêutico e na educação a Observação e o Sentido são os dois pilares. A Observação busca no exterior o que o Sentido vai elaborar no interior. Goethe, por meio dos seus escritos científicos, elaborou uma metodologia de observação dos fenômenos de grande valor para aqueles que buscam desenvolver a compreensão de sua clientela, sejam pacientes ou alunos.

Esta vivência é um primeiro contato com essa metodologia de forma prática e objetiva, através da observação de plantas. É dirigida a profissionais da saúde ou da educação, ou mesmo a leigos que desejam conhecer uma maneira pouco usual de observar tudo o que nos cerca, sejam pessoas, objetos, seres da natureza ou fatos.

LOCAL: Clínica CEFISA – Rua Trajano de Almeida, 57, Nova Friburgo – Tels: (22) 2522-3411 ou (22)2523-3512

DATA: 31 de março de 2018, de 9h às 16h, com intervalo para o almoço

PREÇO: R$150,00, inclui o material e lanche

FACILITADOR: Marcelo Guerra, médico homeopata e acupunturista, terapeuta biográfico formado pela Escola Livre de Estudos Biográficos de MG.

INSCRIÇÕES: https://goo.gl/a2k2AZ

Encontros biográficos: Como me relaciono com os outros?

relacionamento

Podemos perceber em nossa história de vida como construímos a forma como vamos nos relacionar futuramente com as outras pessoas. O relacionamento dos nossos pais, o primeiro amor, o casamento, a separação, os novos encontros.

Esse encontro é vivencial e tem por objetivo propor a cada participante uma reflexão do que leva das suas experiências para os seus relacionamentos, a partir da sua própria biografia. Através das expectativas, acordos velados, ideias e projeções.

Como é a minha capacidade de diálogo? Como integro a realidade do outro à minha vida? Como entro na vida do outro?

Público-Alvo: pessoas que queiram fazer o exercício de uma compreensão ampliada de sua forma de agir em seus relacionamentos.

Coordenação:

Mirthis Macêdo – Psicóloga.
Marcelo Guerra – Médico e Terapeuta Biográfico.

Local:
Leben Atenção à Saúde. Rua Adhemar da Silva, 826 sala 501, Kobrasol, São José (SC)

Data:

Serão 5 encontros em 2016, aos sábados, dias 30 de julho, 27 de agosto, 24 de setembro, 22 de outubro e 26 de novembro.
Horário: 9h às 13h.
É possível participar de encontros avulsos ou se inscrever para todos de uma vez. (parcelamento em 4 vezes no cartão de crédito).

Preço:

R$200,00 cada encontro ou R$800,00 pelo pacote completo, para inscrições até 15 de julho; ou

R$220,00 cada encontro ou R$880,00 pelo pacote completo, para inscrições a partir de 16 de julho.

(Possibilidade de parcelamento em 4 vezes no cartão de crédito)

Para mais informações:

Escreva para lebensaude@gmail.com ou ligue para (48)3094-6206 e fale com Valéria.

As turmas são necessariamente pequenas devido à profundidade do trabalho. Não deixe para última hora!