Você pode tratar o xixi na cama com Homeopatia

Se tem um problema que causa situações de vergonha nas crianças é o xixi na cama. Dormir na casa de colegas, participar de festas do pijama são uma agonia para essas crianças, isso quando aceitam participar. Esse problema é bem mais comum do que você imagina. O nome científico para isso é Enurese Noturna, e acontece com 1 em cada 10 crianças entre 6 e 10 anos, e com 1 em cada 20 com mais de 10 anos.
A causa da enurese é ainda desconhecida, mas o que se sabe é que se um dos pais tiver passado por esse problema na sua infância, a probabilidade de que um filho também o apresente é muito grande. É necessária avaliação médica para afastar a possibilidade de alguma causa anatômica que possa ser corrigida, ainda que isso seja muito raro.

Alguns trabalhos científicos recentes têm reforçado a eficácia do tratamento homeopático para a enurese noturna.

A maioria dos pais compreende que esse xixi na cama é totalmente involuntário, mas alguns insistem em atribuir culpa à criança, assim somando o medo à vergonha. Até os 15 anos esse problema já terá sido superado por quase todos os adolescentes, sem nenhum tratamento. Mas devido ao impacto psicológico e social que causa na criança, é melhor tratar antes. Existem tratamentos alopáticos e homeopáticos para isso. O homeopático tem a vantagem de não oferecer efeitos colaterais.
Alguns trabalhos científicos recentes têm reforçado a eficácia do tratamento homeopático para a enurese noturna. Há a mesma eficácia do tratamento alopático, com menor retorno dos sintomas após 6 meses.
Muito além do tratamento com remédios, sejam homeopáticos ou alopáticos, é preciso ter em mente que a criança que faz xixi na cama não escolheu isso. É algo que foge à sua vontade. Ela não o faz de propósito!

Se você fazia xixi na cama quando criança, provavelmente passou por situações de vergonha e deixou de fazer muitas coisas que desejava, mas tinha medo de passar por uma situação de ridículo.

Ela necessita o apoio daqueles que são responsáveis por seus cuidados, no caso, seus pais. A criança deposita uma confiança quase que absoluta em seus pais nessa idade e suas palavras deixam marcas permanentes na mente, como se fossem tatuagens mentais. Essas marcas repercutem na vida adulta de forma inconsciente, afetando a autoimagem, a autoestima, o valor próprio. Se você fazia xixi na cama quando criança, provavelmente passou por situações de vergonha e deixou de fazer muitas coisas que desejava, mas tinha medo de passar por uma situação de ridículo.
Olhando novamente para os números do primeiro parágrafo, 1 em cada 10 crianças faz xixi na cama, o que é um número bem relevante, e mostra que não é uma situação rara. No entanto, não se toca nesse assunto, ele é geralmente tratado como um segredo familiar. Quando alguma criança vem à consulta e um dos pais menciona esse problema, geralmente tem uma introdução, não é falado diretamente: “a gente tem um probleminha à noite”. A reação habitual da criança diante dessa fala inicial é pedir para que não fale nada. É preciso encarar com mais naturalidade o problema do xixi na cama, e oferecer à criança apoio ao invés de críticas, além do tratamento médico adequado.
Referência :
An open observational trial evaluating the role of individualised homoeopathic medicines in the management of nocturnal enuresis.
Saha Sangita, Tamkeen Rumsha, Saha Subhranil
Year : 2018 | Volume: 12 | Issue Number: 3 | Page: 149-156

Você sabe qual é a principal diferença entre o médico homeopata e os demais?

Como qualquer outro médico, o médico homeopata tem em conta os sinais objetivos de seu paciente e os resultados dos exames técnicos complementares. Mas o que caracteriza de maneira específica seu modo de exercer a arte de curar é o fato de dar uma importância toda especial à própria exposição do paciente, pois é a história contada pelo enfermo que constitui o ponto de partida de seu método.
Frederik Schroyens, Como encontrar o remédio homeopático. Edições Paulinas, 1991. Tradução de José J. Queiroz

Homeopatia para tratar o ser humano inteiro

Em que se baseia a Homeopatia?

O princípio essencial da Homeopatia é que o semelhante cure o semelhante.

A Homeopatia é um método de tratamento médico de mais de 200 anos, cujo pioneiro foi um médico alemão chamado Samuel Hahnemann. Nesse longo período, já passou por várias mudanças, algumas realizadas por seu próprio criador. Algumas mudanças posteriores fugiram tanto dos princípios fundamentais, que deixaram de ser efetivamente Homeopatia e tornaram-se outra modalidade de tratamento.

O princípio essencial da Homeopatia é que o semelhante cure o semelhante. Os medicamentos foram experimentados em grupos de pessoas saudáveis, que registraram as mudanças que ocorreram em seu corpo e sua mente. Depois esses registros foram coletados e organizados em grandes livros chamados Materia Medica, onde estão registrados os sintomas de cada medicamento homeopático.

Pelo princípio observado experimentalmente de que o semelhante cura o semelhante, Hahnemann e seus colegas empregavam o medicamento mais adequado para tratar doenças, o que consistia em eliminar os sintomas. Eles obtiveram bastante sucesso e logo a Homeopatia deixou de ser uma ciência restrita à Alemanha e espalhou-se pela Europa, EUA e Brasil. Esse é o uso mais básico e simples da Homeopatia: curar doenças, geralmente agudas, como amigdalites, abscessos, impetigos, conjuntivites, verrugas, infecções urinárias, gripes.

Qual é o ideal do médico homeopata?

Isso permite realizar aquilo que é o ideal de qualquer médico: a PREVENÇÃO.

Hahnemann observou que alguns pacientes melhoravam rapidamente dos sintomas, mas voltavam depois de alguns meses com as mesmas queixas, ou bem parecidas. Ele notou que algumas doenças se aproveitavam de um terreno propício para se desenvolverem no organismo humano, e chamou esse terreno de Miasma. Assim, algumas pessoas têm uma tendência a doenças de pele,outras têm mais tendência a doenças que produzem catarro, outras ainda têm facilidade em adquirir doenças que causem lesões graves como úlceras. Esse termo Miasma sofreu críticas e hoje já se prefere denominar Diátese. Seja qual for o nome, o importante é a classificação de tendências de doenças que uma pessoa pode adquirir e desenvolver. Isso permite realizar aquilo que é o ideal de qualquer médico: a PREVENÇÃO. Ora, para um médico homeopata causa satisfação curar uma otite que faz a criança perder noites de sono devido à dor, mas muito mais satisfatório é elaborar um tratamento que elimine o terreno que faz essa otite acontecer de forma frequente.

O respeito à pessoa que está doente

Um bom tratamento permite a prevenção de várias doenças sem que seja preciso fazer nenhuma restrição alimentar.

Uma outra preocupação da Homeopatia é interferir o mínimo possível na vida das pessoas. A liberdade que cada um tem de escolher como vive, o que come, onde reside, precisa ser respeitada e apoiada pelo médico homeopata. Esse apoio se traduz em fazer tudo que está ao seu alcance para que o paciente melhore sem que necessite mudar seus hábitos, sem que precise retirar alimentos da sua alimentação rotineira ou retirar uma criança da escola. Um bom tratamento permite a prevenção de várias doenças sem que seja preciso fazer nenhuma restrição alimentar. É claro que, em raros casos onde haja alergia ou intolerância COMPROVADA a algum alimento, esse deverá ser evitado. Assim também, hábitos que todos sabem que vão prejudicar o paciente,como fumar, devem ser evitados a todo custo.

Um grupo de homeopatas achou que não era importante o diagnóstico clínico, ou seja, o nome da doença que o paciente apresenta. Concordo que hoje vivemos um momento de medicalização exagerada da vida, mas é importante dar nome aos bois. Tratar o paciente somente pelos sintomas, sem ter o nome da doença, dificulta a elaboração de um plano de tratamento preventivo que, repito, é o IDEAL buscado pela verdadeira Homeopatia. E mais, a Homeopatia é uma especialidade médica regida pelo Conselho Federal de Medicina e, como tal, nós médicos precisamos atuar sempre dentro de critérios que são exigidos de todas as demais especialidades.

O médico homeopata deve buscar equilibrar tanto o corpo quanto a mente de seu paciente, mesmo que seja uma criança. A criança já apresenta atitudes e comportamentos que permitem ao médico escolher o tratamento mais adequado dentro da Homeopatia. O paciente que busca tratamento para as otites de repetição não é uma orelha, é uma pessoa que tem orelhas. Essa pessoa sente dor, sente medo, se revolta com a dor, se fecha com a dor, deixa de comer, perde o sono ou dorme além da conta… Enfim, ela reage de uma forma que é SUA, individual. Portanto, o tratamento homeopático precisa levar em consideração quem é essa PESSOA que sofre, além da sua doença em si, para que seja plenamente eficaz.

A PESSOA que busca ajuda tem uma doença, pensa, sente,tem os seus valores e isso tudo precisa ser levado em consideração para um correto diagnóstico e tratamento.

O médico homeopata precisa tratar seus pacientes valorizando seus sintomas, mas principalmente identificando o quê nesse paciente precisa ser tratado para que as doenças não encontrem nele um terreno pronto para se instalar. Ele também deve evitar o máximo possível fazer restrições na vida dos seus pacientes, sejam de alimentos ou de hábitos, exceto quando esses forem reconhecidamente prejudiciais, como o cigarro. E precisa sempre ter em mente que a PESSOA que busca ajuda tem uma doença, pensa, sente,tem os seus valores e isso tudo precisa ser levado em consideração para um correto diagnóstico e tratamento. 

O que o médico homeopata espera?

Marcelo Guerra

O objetivo número 1 do tratamento homeopático é a prevenção. A pessoa saudável pode se dedicar a realizar seus sonhos, a estudar, a trabalhar, a ajudar, enfim, a desenvolver-se como ser humano que é mais do que somente carne e ossos. Quando estamos doentes, nossa atenção se volta para nosso próprio sofrimento e isso nos aprisiona.

Isso não significa que nunca mais vamos ficar doentes. A doença também nos ensina muito, e faz parte da vida de todos nós. Por isso, o segundo objetivo do médico homeopata é tratar as doenças que interferem no progresso de cada pessoa.

Homeopatia em animais


Marcelo Guerra

O progresso material que a humanidade desenvolveu nos 2 últimos séculos levou também a uma destruição de recursos naturais. Vários animais foram extintos nesse período, por falta de condições para manter sua sobrevivência. Como contraponto a esse processo, determinados grupos têm desenvolvido uma consciência de preservação e de valorização dos animais. Dentre esses grupos, destacam-se os veterinários homeopatas.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária reconheceu a Homeopatia como uma especialidade em 1996, o que autorizou os médicos veterinários a fazerem uso dessa forma de terapêutica. Em 1999, o Ministério da Agricultura também a reconhece como uma possibilidade no tratamento de animais para consumo humano.

Os métodos para sua utilização são os mesmos usados para seres humanos: a observação de sintomas físicos e comportamentais. Com isso, difundiu-se rapidamente a demanda por veterinários homeopatas para o tratamento de animais domésticos, com ótimos resultados. Independente da espécie, todos os animais podem ser tratados pela homeopatia, e há veterinários que tratam pássaros, rãs, abelhas, cabras, além dos mais óbvios cães e gatos. A homeopatia é indicada a praticamente todo tipo de doença ou sintoma, desde os quadros respiratórios aos digestivos (gastrite diarreia), passando pelos problemas dermatológicos e os comportamentais.

Os bons resultados dos animais tratados com homeopatia derrubam uma insistente crítica de que o medicamento homeopático funciona como placebo, ou seja, pela fé que o paciente experimenta no médico que lhe presta atendimento, e não no poder medicamentoso em si dos remédios.

Já há fazendas cujos animais, como cavalos, frangos ou vacas, são tratados exclusivamente pela homeopatia. Esses animais recebem tratamento quando estão doentes, mas há uma nova vertente que é a de prevenção de doenças e melhoramento em rebanhos, o que inclui o trabalho do Zootecnista.

Em frangos de corte tratados com homeopatia, por exemplo, há aumento do ganho de peso, redução nas parasitoses e do estresse proveniente da vida em espaço confinado (http://revistas.bvs-vet.org.br/recmvz/article/view/300). Em vacas leiteiras também foi observado melhor controle de parasitoses em vacas que tomavam medicamentos homeopáticos adicionados à sua ração, além de um substancial aumento na produção de leite (https://home.unicruz.edu.br/seminario/downloads/anais/ccs/uso%20da%20homeopatia%20na%20bovinocultura%20de%20leite%20%E2%80%93%20revisao%20de%20literatura.pdf). Em colmeias com morte de larvas de abelhas, um estudo desenvolvido na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro mostra um resultado de sobrevivência de 80% das abelhas quando essa colmeia é tratada com homeopatia, enquanto o grupo controle teve aumento de 200% na mortalidade (https://www.apacame.org.br/mensagemdoce/116/sanidade3.htm). Além dos efeitos citados, a ausência de resíduos nos produtos como o leite, a carne de frango e o mel, quando consumidos pelos humanos, representa uma vantagem sanitária de grande valor.

Seja no tratamento de animais de estimação, seja no aprimoramento de criações animais para consumo humano, a homeopatia tem se mostrado uma opção promissora, tanto pelos seus resultados diretos quanto pela ausência de resíduos tóxicos.

Estudo duplo-cego comprova eficácia da Homeopatia no tratamento da depressão severa

Estudo conduzido por pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) comparando o uso de remédios homeopáticos com a fluoxetina em pacientes deprimidos (moderada ou severamente) comprova a ação da homeopatia e reafirma sua segurança para os pacientes.
Homeopathic Individualized Q-potencies versus Fluoxetine for Moderate to Severe Depression: Double-blind, Randomized Non-inferiority Trial.
Adler UC, Paiva NM, Cesar AT, Adler MS, Molina A, Padula AE, Calil HM.

Department of Psychobiology, Universidade Federal de São Paulo, R. Napoleão de Barros, 925 São Paulo, SP 04024-002, Brazil. hmcalil@psicobio.epm.br.

[su_tooltip title=”UNIFESP” content=”Universidade Federal de São Paulo”]UNIFESP[/su_tooltip]

Homeopatia não substitui vacina da febre amarela

Marcelo Guerra

Estamos atravessando um surto de febre amarela em áreas do Brasil onde não ocorriam casos autóctones (ou seja, casos em que foi contraída no próprio local e não numa área de floresta durante uma viagem, por exemplo) há quase um século. A febre amarela é uma doença transmitida por mosquitos Aedes aegypti (diferente de várias outras às quais já nos habituamos: dengue, chikungunya e zika) e apresenta um alto índice de letalidade.

Ter alta taxa de letalidade significa que muitas das pessoas que adquiriram a doença após a picada do mosquito morreram. Em atuais casos, o índice de letalidade estava em 27,7% (até o dia 7 de fevereiro foram 98 mortes de 353 casos desde julho), o que é muito alto.

Posts polêmicos no WhatsApp

Em 23 de janeiro deste ano, a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) divulgou uma nota em diversos órgãos de imprensa sobre o que chamou de “boa prática homeopática”. A nota foi uma resposta às diversas recomendações divulgadas em redes sociais como o Facebook e o Whatsapp (tanto por textos escritos como por áudios) citando “vacinas homeopáticas” para a febre amarela, que substituiriam a vacina original.

“Reiteramos que essas formulações não contam com o apoio oficial da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB). A utilização sistemática de medicamentos homeopáticos, conforme vem sendo divulgada amplamente, que não foram testados cientificamente, é incompatível com a boa prática homeopática. Além disso, essas postagens incitam a automedicação, atitude reprovável e que pode colocar em risco a saúde da população. A AMHB está de acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Ministério da Saúde quanto à prevenção e ao manejo dessas enfermidades”, explica a Associação Homeopática.

Homeopatia e as vacinas

Samuel Hahnemann, alemão que fundou a Homeopatia, foi contemporâneo de Edward Jenner, inglês criador da primeira vacina, contra varíola. Hahnemann viu no processo de vacinação um exemplo bem aplicado da Lei dos Semelhantes, essência da Homeopatia.

A palavra vacina vem do latim vaccinus, de vacca (vaca). Jenner percebeu que algumas mulheres que ordenhavam vacas eram imunes à varíola, por terem se contaminado com vaccínia (doença benigna do gado semelhante à varíola). Então ele extraiu o pus da mão de uma ordenhadeira que havia contraído a vaccínia e o inoculou em um menino saudável, James Phipps, de oito anos, em 4 de maio de 1796. O menino contraiu a doença de forma branda e logo ficou curado. Em 1º de julho, Jenner inoculou no mesmo menino líquido extraído de uma pústula de varíola humana e a criança não contraiu a doença, o que significava que estava imune à varíola. Ou seja, dá-se origem à vacina.

Na sequência, o médico homeopata inglês, James Comptom Burnett, cunhou o termo Vacinose para nomear os sintomas de fadiga e deficiência na imunidade que ele acreditava serem causadas por vacinas. Essa ideia espalhou-se rapidamente por diversos textos homeopáticos, alguns erroneamente creditando a Hahnemann (pai da homeopatia) esse conceito. Burnett também apresentava um tratamento para a vacinose. Contudo, essa ideia de vacinose, assim como a vacinação, é ainda polêmica entre os homeopatas.

O fato é que, em medicina, é fundamental sempre pensar em custo-benefício. Diante de uma doença que mata rapidamente quase metade daqueles que a contraem, há de se buscar uma resposta rápida, segura e de eficácia comprovada. A vacina contra febre amarela tem uma letalidade de 0,0004%. Ou seja, 1 a cada 250 mil pessoas vacinadas pode morrer. A vacina contra febre amarela pode causar eventos adversos graves, afetando o fígado, os rins ou o sistema nervoso central, tendo sido reportados na mesma proporção que os casos de morte. Como toda medicação, há um risco. Neste caso, bem pequeno, diante do total de vidas que a vacina pode poupar da morte por febre amarela.

Sem apostas ou experiências

Os medicamentos homeopáticos podem tratar e prevenir muitas doenças, muito mais do que a população supõe. Contudo, não há um volume de evidências clínicas ou experimentais ainda que sustente o sucesso na prevenção da letal febre amarela.

Tendo isso em mente, não é o momento de apostas ou experiências sobre imunização.

Como testemunho pessoal, sou médico homeopata em tempo integral há mais de duas décadas e meus filhos e eu optamos por tomar a vacina contra febre amarela tradicional.

Breve histórico

Combatida por Oswaldo Cruz – bacteriologista que dá nome à Fundação Fiocruz – no início do século 20 e erradicada dos grandes centros urbanos desde 1942, a enfermidade voltou a assustar os brasileiros no ano de 2017, com a proliferação de casos silvestres.

A febre amarela foi erradicada no Brasil após o sucesso da vacinação em massa que Osvaldo Cruz liderou no Rio de Janeiro. O triunfo dessa empreitada, porém, não se deu sem resistência. A população, sob influência de grupos políticos opositores ao Presidente Rodrigues Alves, já havia se levantado em período anterior (1904) contra uma lei que tornava obrigatória a vacinação contra varíola, num episódio que entrou para história como “A Revolta da Vacina”. Na ocasião, tratava-se de uma campanha de vacinação obrigatória, imposta pelo governo federal. Embora seu objetivo fosse positivo, a aplicação ocorreu de forma autoritária, sem oferecer informação adequada à população. Nesta época, grande parte da pessoas não sabia o que era vacina e tinha medo de seus efeitos. Hoje, porém, já avançamos neste ponto e temos à disposição toda a orientação médica.

REFERÊNCIAS:
Wood, Mathew. Vitalism: The History of Herbalism, Homeopathy, and Flower Essences. Pg 182. North Atlantic Books, Berkeley, California, 2005.
https://oglobo.globo.com/rio/letalidade-por-febre-amarela-superior-40-acende-sinal-vermelho-no-governo-federal-22325265
http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs100/en/
Hahnemann, Samuel. Organon da arte de curar. 6ª edição

O Teste da Homeopatia – na visão de um físico 

“A evidência obtida sob diferentes condições experimentais não pode ser compreendida dentro de uma visão reduzida, mas deve ser tomada como complementar no sentido de que apenas a totalidade do fenômeno exaure as informações acerca dos objetos” (Niels Bohr) 

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Em 1913 Niels Bohr propôs o mais didático modelo atômico conhecido até hoje. Um núcleo maciço central e elétrons girando em torno dele em órbitas circulares é o que quase qualquer aluno ou professor de física diria que espelha melhor um átomo. O fato de que anos depois o próprio Bohr sugeriu mudanças drásticas nesse modelo e na constituição básica da matéria não vem ao caso para a grande massa, mesmo porque os desenvolvimentos posteriores não são facilmente compreensíveis. Como se pode, por exemplo, entender que um elétron não está, mas tem apenas uma chance de estar em tal lugar? Ou que antes de se manifestar, ele é onda e partícula ao mesmo tempo? Como colocar isso num modelo didático? Do ponto de vista de um mundo clássico e concreto, impossível. Essa ideia simplesmente não cabe. Para se provar qualquer coisa em relação ao modelo atômico quântico, é preciso assumir os pressupostos quânticos, admitindo a possibilidade da essência da matéria ser algo mais que o simples concreto e mecânico.
Na verdade, em todos os setores da vida, cada um age conforme seus modelos de mundo que acabam gerando suas crenças e seus comportamentos. As pessoas costumam se agrupar em torno de modelos comuns na religião, na política, na ciência e na vida e a menos que seus modelos sejam mais abertos e abrangentes, acham que é o seu caminho que está certo e que o do vizinho está sempre errado. É o que pode ocorrer nas diferenças existentes entre alopatia e homeopatia se uma solução transdisciplinar não for proposta. O descobridor desta última, Samuel Hahnemann, admitia a existência do imaterial e defendeu a ideia de que seria esse imaterial que teria um grande efeito no ser humano que, por sua vez, também não seria limitado à matéria. O imaterial do medicamento homeopático agiria, então, pela lei dos semelhantes para induzir no paciente um estado dinâmico de funcionamento chamado de saúde. Portanto, sem a consideração da possibilidade de existência do espiritual no ser humano, a ideia de Hahnemann não pode chegar a fazer pleno sentido, pois o medicamento homeopático conta com esse cenário como pressuposto. 
Ora, como, então, do ponto de vista do mecanicismo concreto provar o funcionamento da homeopatia? Poderia o materialista convicto pedir provas da existência do imaterial com a metodologia que, por princípio, o exclui? É por essa impossibilidade que surgem os fantásticos prêmios de um milhão de dólares. É interessante verificar que os argumentos dos céticos de renomadas universidades fazem muito eco com a incredulidade de fundamentalistas religiosos diante de experiências espirituais. Para esses arrogantes donos da verdade, o espiritual, se um dia puder se comprovar sua existência, pertenceria a outro departamento, bem de acordo com o modelo separatista de Descartes. 
A Teoria do Caos, por outro lado, enfatiza que quanto mais os sistemas são abertos, mais susceptíveis ficam aos chamados “Efeitos Borboleta”, ou seja, à extrema sensibilidade a qualquer mínima interferência externa. É o caso de um sistema meteorológico, por exemplo. E é, igualmente, o caso do ser humano considerado pela homeopatia de Hahnemann. Para os mecanicistas, só a medicação alopática irá funcionar, já que essa é compatível com o seu modelo de ciência e de mundo. De outra forma, somente quando o ser humano se abre num processo contínuo de evolução da consciência, ele fica mais sensível, susceptível aos Efeitos Borboleta de qualquer tipo, afirmam os cientistas que trabalham com caos em psicologia transpessoal e saúde sistêmica. Nessa região de ação é que as técnicas sutis da medicina funcionam e o paciente fica mais vulnerável às dosagens mínimas de medicamentos dinamizados, mais flexível e mais criativo. É aí que fica mais fácil mudar padrões de alimentação, comportamento, relacionamento e outros que podem estar na origem dos desarranjos da saúde. Não se prega, contudo, a extinção da alopatia nessa nova visão, da mesma forma como não se pode pensar na abolição da física clássica. Porém, nessa abordagem mais ampla e transdisciplinar do ser humano, a alopatia deveria ser utilizada apenas em casos emergenciais, quando o sistema complexo pode ser reduzido. A sociedade, no entanto, age inconscientemente conforme o modelo no qual foi ensinada e formatada, e esse foi e ainda é predominantemente mecanicista. 
Se mantiverem sua consciência expandida, os adeptos da homeopatia não deveriam gastar energia em provar sua eficácia com um teste final, mesmo porque da maneira que querem alguns alopatas, esse teste definitivo não existe. Deveriam, sim, manter o seu sistema de conhecimento sempre aberto, pois como dizem os especialistas em caos, só esse sistema aberto é que, criativo e auto-organizado, pode prover as pistas necessárias para a verdadeira evolução do ser humano. 

Ivan Amaral Guerrini
Físico, Professor Titular
Departamento de Física e Biofísica – IB UNESP – Botucatu – SP
e-mail: guerrini@ibb.unesp.br

Zika, o que você pode fazer?

 

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Recentemente o noticiário foi inundado de notícias sobre uma nova doença, a zika.

A zika é causada por um vírus, que é transmitido principalmente pelos mosquitos Aedes aegypti, aqueles que já sabíamos que transmitem o vírus da dengue.

O vírus também pode ser encontrado no sêmen, leite materno e sangue, mas não há certeza se a transmissão da doença pode ser feita por essas vias. Seus sintomas também são parecidos com os da dengue, com dor no corpo, principalmente nas “juntas” e músculos, exantema (“pintinhas vermelhas”) espalhadas pelo corpo, febre, olhos vermelhos e dor de cabeça.

É uma doença autolimitada, ou seja, resolve-se sozinha, e o seu tratamento é de suporte, com medicação para a dor e a febre.

O diagnóstico da zika é somente pelo exame clínico, porque os testes laboratoriais específicos ainda não estão disponíveis no Brasil.

Tudo muito parecido com a dengue, exceto por um detalhe: algumas mulheres grávidas que tiveram a doença deram à luz bebês com microcefalia, uma malformação em que a cabeça tem um tamanho menor do que o esperado, e que pode causar incapacidades permanentes nas crianças, que necessitarão de acompanhamento especial para toda a vida. É inédita essa relação da zika com a microcefalia e estão sendo realizados mais estudos para comprová-la.

Geralmente essas crianças com microcefalia apresentam grande dificuldade para aprender, para andar, para falar, e podem ter crises convulsivas.  Outra malformação já encontrada em bebês nascidos de mães que tiveram a zika durante a gravidez foi a presença de calcificações no cérebro, mesmo com tamanho normal da cabeça. Essas calcificações poderão trazer também dificuldades nas funções cerebrais.

Em adultos que foram acometidos dessa doença, houve um aumento nos casos da síndrome de Guillain-Barré, que pode causar paralisias.

As autoridades de saúde estão acompanhando esses casos e buscando formas mais eficazes de evitar a doença e suas consequências.  O fato é que, a prevenção hoje é somente baseada na eliminação do mosquito.

Repelentes devem ser usados, lembrando que esse mosquito tem hábitos diurnos, ou seja, geralmente ele pica à tarde, horário em que devemos estar mais atentos.

Além de passar na pele, é importante passar spray sobre a roupa também, já que o mosquito pode passar por baixo da roupa ou picar através do tecido.

Se usar filtro solar, maquiagem ou hidratante passe o repelente por cima.

Contudo, o que temos feito para evitar os focos desse mosquito? Como estamos eliminando nosso lixo? As piscinas têm sido devidamente tratadas para evitar os focos de mosquitos? As plantas têm sido cuidadas de forma que não fiquem com água parada?

Estamos numa guerra e cada um está convocado a lutar, para evitar que sejamos derrotados por um mosquito.

Atenciosamente,

Marcelo Guerra

Médico de Família

CASSI – Unidade Santa Catarina

 

Referências

·         http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/zika

·         http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1715367-outros-tipos-de-danos-do-virus-zika-estao-sob-investigacao.shtml

·         http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,humanizacao-do-zika-facilitou-infeccoes,10000003831

A microcefalia é condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. Altera o desenvolvimento e encurta o tempo de vida da criança. Boletim epidemiológico com dados reunidos até 16/11 aponta a ocorrência de 399 casos em 2015, em sete estados. O zika é da mesma família do vírus da dengue, porém menos agressivo, e foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015. “Tivemos uma circulação importante do vírus no Brasil no primeiro semestre, coisa que aconteceu pela primeira vez na nossa história”, acrescentou Maierovitch. Ele disse que a relação entre o zika vírus e a microcefalia é “inédita no mundo” e não consta na literatura científica. “Nossos cientistas devem nos ajudar a provar essa causa e efeito”, declarou.

Primeiro estado a identificar o aumento nos casos de microcefalia, Pernambuco tem o maior número de ocorrências — 268 bebês diagnosticados até o fechamento dessa edição. Também foram registrados 44 casos em Sergipe, 39 no Rio Grande do Norte, 21 na Paraíba, 10 no Piauí, 9 no Ceará e 8 na Bahia. O ministério informou ainda, (17/11), que não recebera, até aquele momento, dados de outras unidades da federação que apontassem uma escalada de microcefalia em recém-nascidos, embora outros estados também tenham registrado casos de zika vírus. Em 18/11, a pasta enviou orientações a todas as secretarias estaduais de saúde sobre o processo de notificação, vigilância e assistência às gestantes. Houve orientação, depois cancelada, de eviar-se a gravidez

 

http://www6.ensp.fiocruz.br/radis/revista-radis/159/sumula/emergencia-por-causa-da-microcefalia