Oração do budismo tibetano para os mortos na serra fluminense

O Lama Gangchen Rinpoche aconselhou que gravassem e divulgassem esta canção do Bardo. É a reza costumeira para ajudar os mortos nos primeiros 49 dias da passagem. Devemos tocar e rezar com a motivação de beneficiar a todos os mortos nas enchentes.

A oração em tibetano:

OM MANI PEME HUM HRI
OM MANI PEME HUM
TCHION DEN GUIALWA SHI DRO LA TSOG KYEN
BARDO DJIG PE TRANG LE DREL DU SOL

E seu significado em português:

Assembleias de gloriosas e vitoriosas divindades pacíficas e iradas, escutem-me: por favor, libertem (a mim mesmo quando estou rezando para preparar minha própria morte ou os nomes dos mortos quando nesta situação) dos medos da estreita e terrível passagem do bardo.

Mensagem de Yogananda sobre o Natal

“Comemorar o nascimento de Jesus com presentes e festividades mostra algum respeito e atenção para os ideais desta vida.
Mas, Meditar e preparar a sua mente para a santa ocasião do Natal, para que você possa experienciar no seu interior o nascimento de uma nova consciência de fraternidade universal e amor por todas as criaturas vivas, é realmente celebrar o Natal.
Afaste de sua mente todo tipo de orgulho e preconceito, para que você possa apreender a Consciência Crística Onipresente em seu interior expandido”.

Tecendo o Fio do Destino, em Nova Friburgo

Tecendo a Manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.


E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

João Cabral de Melo Neto

Cada um de nós nasce com um destino, não como um livro previamente escrito em que cada ato nosso está previsto, mas como uma missão a nós confiada. Isto faz com que a vida tenha um sentido e, muitas vezes, sofremos com angústia ou depressão por não percebê-lo claramente. Os fatos de nossas vidas estão aí para que encontremos o Fio do Destino que, junto com o nosso livre arbítrio, tece os acontecimentos tanto no nosso mundo interior quanto na nossa vida nas comunidades em que vivemos.

Este curso tem o objetivo de buscar o fio do destino de cada um, desembaraçá-lo, tecê-lo de forma diferente, mais confortável, mais de acordo com o sentido que queremos dar para nossas vidas. Para isso trabalharemos com fatos de nossas próprias vidas. Este trabalho será feito com palavras e arte. Ninguém precisa ser artista ou ter conhecimentos prévios de Antroposofia para participar, é claro.

Muitas das questões que nos colocamos hoje são percebidas de modo diferente quando as situamos no contexto mais amplo da vida toda. A troca de experiências de vida num grupo é enriquecedora e suaviza os sentimentos ligados a essas experiências.

Coordenado por:

  • Nina Veiga

Educadora Waldorf e Psicopedagoga artística, mestre em linguagem e cultura.

  • Rosângela Cunha

Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica.

  • Marcelo Guerra

Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico.

Onde e quando?

Em Nova Friburgo, no Sítio Vale de Luz, de 4 a 7 de setembro (feriado da Independência) de 2010.

Quanto?

R$450,00 ou 5X R$90,00

(O preço inclui os honorários e deslocamento dos coordenadores, os materiais usados durante o workshop, a divulgação, a hospedagem em quartos compartilhados e a alimentação. A inscrição é confirmada com o depósito da primeira parcela.)

Escreva para rosangela@terapiabiografica.com.br,  ou marceloguerra@terapiabiografica.com.br para mais informações. Ou ligue para:

(21)7697-8982 ou (22)9254-4866

Alice e a crise de identidade

Artigo originalmente publicado na Revista Personare.

Marcelo Guerra

O filme Alice no País das Maravilhas, na versão de Tim Burton, além de sua excepcional beleza que, graças ao efeito 3D, nos toca quase que literalmente, nos proporciona uma importante reflexão sobre a Crise de Identidade. Arquetipicamente esbarramos com ela na passagem da adolescência para a vida adulta.

Enquanto em algumas sociedades tribais os jovens precisam passar por lutas ou serem largados numa floresta, em nossas sociedades ocidentais encontramos metáforas dessas lutas e aventuras dentro de florestas desconhecidas. O final de faculdade e a procura por um emprego geralmente se assemelham bastante à sensação de estar perdido no meio de uma floresta. Precisamos demonstrar habilidades que ainda não estamos bem certos de possuirmos. Alice se vê diante de uma escolha ‘profissional’ (afinal ser esposa era praticamente uma profissão para as mulheres daquela época), ao ser proposta em casamento por um jovem rico e sem graça. Este é o momento em que ela percebe que sua vida adulta está batendo à sua porta, e sua Crise de Identidade começa.

Alice cai num buraco muito fundo, suas certezas da adolescência ficam todas em suspenso, uma sensação de estar no vácuo. Afinal, a adolescência é uma época de dúvidas, mas costumamos mascará-las com ideologias que buscamos desesperadamente. Agora, as ideologias precisam passar por um choque com a realidade. Ser adulto implica em buscar a sua própria verdade e não emprestarmos uma de alguma ideologia, por mais sublime que seja. E a sua verdade pode não ser tão sublime assim, afinal nossa personalidade está povoada por elementos de luz e de sombra.

Alice se vê diante dessa crise e nem sabe se é ‘a Alice’! Põe-se numa jornada de exploração, típica do início da vida adulta, em que viajamos muito, conhecemos muitas pessoas diferentes (saindo daquele esquema do ‘meu grupo’ tão comum na adolescência), trabalhamos em vários lugares diferentes, ou seja, buscamos conhecer o mundo como ele é. Recebemos ajuda de pessoas mais velhas e experientes, como o Chapeleiro Louco fez com Alice.

Ao fim da exploração, Alice se vê diante do Jaguadarte (uma espécie de dragão) e, principalmente, diante do último fio de convicção ideológica que guarda de sua adolescência: ‘Eu não sou capaz de matar’. Cada vez é mais comum nos agarrarmos aos traços de nossa adolescência, até mesmo pelo excessivo valor que é depositado à imagem da adolescência pelos meios de comunicação. Um exemplo disso é o fato, cada vez mais comum, de ficar morando com os pais por muitos anos depois de adultos. E o comportamento em casa de quem mora com os pais é de adolescentes, geralmente sem qualquer responsabilidade. Quando Alice corta a cabeça do monstro, ela diz adeus à adolescência e se posiciona como mulher adulta que sabe que é Alice e que pode muito mais do que a imagem de lourinha fragilzinha pode fazer supor. Ela se torna Independente, que é aquilo que buscamos através de nosso desenvolvimento desde o momento em que nos colocamos de pé e aprendemos a andar. Aí começa uma nova jornada!

O lixo e nossa responsabilidade social

Em 1982 eu morava em São Gonçalo e estudava em Niterói, num colégio bem no centro. Desde pequeno, São Gonçalo e Niterói eram para mim como uma só cidade, dois lados bem diferentes da mesma cidade. Em São Gonçalo eu brincava na rua, trepava em árvores (em casa ou na casa de algum colega), em Niterói visitava minha tia Florinda, ia ao cinema e comprava roupas. São Gonçalo era árido, mas tinha a diversão, a molecagem. Niterói tinha uma praia linda (só de ver) que o ônibus passava bem em frente, tinha árvores nas ruas, tinha lojas bonitas. Quando eu fui estudar lá e passei a conviver com os niteroienses, percebi que eram dois mundos bem diferentes, e fui tratado como lixo por morar em São Gonçalo. Se fosse hoje com essa onda de cotas no vestibular, deveria haver cota para suburbano. Nós gonçalenses, só tínhamos amigos entre os outros gonçalenses ou com os colegas que vinham do interior estudar em Niterói. Além desses, numa turma de 100 alunos, talvez uns 3 niteroienses fossem nossos amigos. Namorar uma niteroiense, então, sem chance! Éramos lixo!

Neste ano, houve uma greve de garis em Niterói, e andar nas ruas do centro era insuportável, tudo fedia a vômito! A gente desviava do lixo acumulado nas calçadas pelos bares e restaurantes, as ruas cheias de papel, bagaço de cana (por causa do caldo de cana), restos de comida, muitas moscas, ratos.

Por que essas lembranças agora? A tragédia no Morro do Bumba, no Cubango, um bairro de Niterói, está sendo atribuída ao fato de terem construído as casas sobre um lixão que foi desativado em 1982, este mesmo ano da greve. Fiquei pensando que valorizamos muito o impacto do aquecimento global, a que atribuímos responsabilidade maior aos governos, e falamos tão pouco do lixo, cuja responsabilidade maior é nossa, é minha e sua, na nossa casa, no nosso trabalho. No verão passado, a cidade de São Paulo sofreu com as chuvas que teimavam em cair todo dia e inundar boa parte da cidade. O que agravou as inundações? O lixo jogado nas ruas. Aquele papelzinho de bala que alguém não se importou de jogar no chão, aquele panfleto que eu peguei no sinal e joguei pela janela do carro quando o sinal abriu, aquele chiclete que perdeu o doce e eu cuspi no cantinho da calçada.

Segunda-feira, dia 5 de abril, o Grande Rio sofreu com uma chuva de mais de 12 horas que alagou tudo! O que agravou a enchente? Novamente o lixo que não foi para a rua sozinho, que alguém jogou ali.

Terça-feira, 6 de abril, a chuva continua e o Morro do Bumba veio abaixo, um morro artificial, feito de lixo! Eu voltei a me sentir niteroiense/gonçalense (deixando de me sentir o lixo que me impuseram) e imaginei a dor que os moradores de lá estão sentindo. Além do desprezo dos governos, está a nossa responsabilidade. O lixo é nossa responsabilidade, e é preciso que modifiquemos urgentemente nossa forma de consumir, para que possamos mudar este quadro. No domingo foi Páscoa, muitas crianças e adultos ganharam ovos de páscoa e caixas de bombons. Um ovo de páscoa vem envolvido em camadas de papel, sobre um copinho plástico, com um barbantinho, e por aí vai. Um pouco de chocolate em forma de casca de ovo envolto em muito lixo!

Não sei como solucionar este problema do lixo, mas precisamos todos pensar juntos em como cada um pode diminuir a sua produção de lixo. Estar consciente a cada vez que for comprar um produto que, para parecer mais fino, e consequentemente mais caro, está envolvido em várias camadas de embalagem (lixoassim que você o comprar). Precisamos pensar no destino do nosso lixo e em produzir menos lixo.

Poema de Páscoa

Novalis (Friedrich von Hardenberg) 1772-1801

Eu digo que ele vive, a toda gente,

e que ressuscitou,

e que junto de nós e para sempre

pairando ele ficou.

Eu digo, e todos vão também dizer,

aos companheiros seus,

que em breve em toda parte vai nascer

novo reino dos céus.

Perante um novo modo de sentir,

o mundo reaparece;

e a vida nova em nós a ressurgir

da mão dele é que desce.

Vejo o terror da morte mergulhar

no fundo mar escuro,

e toda gente agora a contemplar

com calma seu futuro.

A vereda sombria que ele abriu

para o céu é que vai,

e quem os seus conselhos já ouviu

chega à casa do Pai.

Agora, ao ver morrer alguém querido,

sofremos sem temor.

Saber que o reencontro é concedido

suaviza essa dor.

Com muito mais fervor vamos agir

nos feitos mais singelos,

pois essa sementeira vai florir

Grupo de Terapia Biográfica em Nova Friburgo

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Estamos formando novos grupos de Terapia Biográfica em Nova Friburgo (RJ). Se você tiver interesse em participar e aprender mais sobre você, venha participar. As reuniões serão realizadas uma vez por semana, em sessões de 2 horas de duração. Trabalharemos com arte e palavras, revelando o Eu interior.

Na Terapia Biográfica a arte é um elemento fundamental, assim como em todas as atividades humanas ela é um elemento harmonizador.

O impulso artístico proposto por Rudolf Steiner — e formulado pela antroposofia por meio da euritmia, escultura, pintura e arte da fala — é o machado afiado que possibilita ao aprendiz entrar em contato com seus próprios meios. Na busca do elemento artístico específico de cada arte, a pessoa depara-se com o universo dos fenômenos, conhece suas formas de expressão, e pode criar a partir de elementos como equilíbrio, movimento, cor, som, forma, ritmo, etc. A aproximação com tais elementos exige concentração e auto-observação, qualidades que se adquirem durante o próprio fazer artístico.

Ao criar algo completamente novo, saído inteiramente do seu interior, a pessoa trabalha e mostra seus limites ao mesmo tempo em que afirma sua individualidade e valoriza a si mesma. E é assim que, com a ajuda da arte, dá os primeiros passos rumo à superação de si mesma.

O fazer artístico ampliado pela antroposofia é sempre um veículo de expressão da alma. A intenção terapêutica é o equilíbrio e a harmonização interna do indivíduo.

Coordenação: Marcelo Guerra, Médico Homeopata, Acupunturista e Terapeuta Biográfico formado pela Escola Livre de Formação Biográfica de Minas Gerais (Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça).

Local: Rua Ernesto Brasílio, 14 sala 408 – Centro – Nova Friburgo – RJ

Horário: terças-feiras, de 14h às 16h.

Início: 2 de fevereiro de 2010.

Preço: R$120,00 por mês.

Inscrições: marceloguerra@terapiabiografica.com.br ou (22)9254-4866 (deixe mensagem de voz ou de texto)