Grupo de Terapia Biográfica em São Paulo

Você passa a vida buscando um sentido para ela (a vida). Na maior parte do tempo, essa busca é fora, seja aderindo e vestindo a camisa de uma ideologia, comprando, jogando em outra pessoa a responsabilidade pela sua felicidade, e por aí vai. Geralmente quando você olha para dentro de si, esse olhar vai carregado de julgamento, ou admirando-se muito ou recriminando-se como se fosse o pior dos seres humanos que anda sobre a Terra.

Este é um convite para fazer parte de um grupo de Terapia Biográfica que vou coordenar na cidade de São Paulo. O objetivo deste grupo é olhar, junto com os outros participantes, para a própria história, de forma clara e objetiva, sem julgamentos pré-concebidos, para chegar a uma imagem mais nítida de qual o propósito da sua vida.

Este grupo vai funcionar de forma contínua por 8 meses, em que teremos um grupo de discussão só para nós na internet, onde trocaremos mensagens e arquivos, indicações de sites, de livros, filmes, atividades. Uma vez por semana, às terças-feiras, 20h, teremos um encontro marcado pelo Skype, onde conversaremos com voz até 21h. Você organizará um caderno com fatos da sua vida junto com fotos e lembranças para tornar sua biografia algo vivo diante de você. E um sábado por mês teremos um encontro presencial, de 9h às 18h, onde você poderá fazer atividades vivenciais como pintura em aquarela, modelagem em argila, danças circulares e contos de fadas, que ampliarão a compreensão do tema do mês, coroando as discussões com o contato real com o grupo. Para cada tema, teremos um filme para discutir (que assistiremos cada um em sua casa) e alguns textos e músicas para alimentar a discussão.

Os temas que iremos abordar são:

  • Infância e família
  • Adolescência e sexualidade
  • Vocação e trabalho
  • Amor e relacionamentos
  • Amizades
  • Dinheiro
  • Espiritualidade e morte
  • O mal e o perdão

Para participar é necessário ter mais de 21 anos, ter acesso a um computador com conexão à internet e ter vontade de olhar para a própria biografia como quem olha para algo sagrado, que guarda as possíveis respostas para seus conflitos e indecisões.

O grupo, uma vez formado, será o mesmo até o fim do 8° encontro, por isso é importante refletir sobre seu real desejo de participar deste trabalho e evitar inscrever-se pelo impulso. O custo será de R$250,00 mensais, a 1ª parcela será paga através de depósito no Banco do Brasil ag. 0107-4 conta 20222-3 e as demais serão pagas no 1° encontro, com cheques pré-datados. O mínimo de participantes será de 4 pessoas e o máximo, 10. Se não houver o mínimo de inscritos até o 1° encontro presencial, o início poderá ser adiado. Informarei a quem estiver inscrito sobre o andamento das inscrições.

Os encontros presenciais serão à Rua Mateus Grou, 497 casa 2 (uma vila entre os números 507 e 509), Pinheiros, São Paulo. O telefone para contato é (11)6463-6880 e o meu e-mail é marceloguerra@terapiabiografica.com.br .

As datas dos encontros presenciais são as seguintes:

  • 18 de junho de 2011;
  • 16 de julho de 2011;
  • 13 de agosto de 2011;
  • 17 de setembro de 2011;
  • 15 de outubro de 2011;
  • 12 de novembro de 2011;
  • 10 de dezembro de 2011;
  • 14 de janeiro de 2012.

Espero que estejamos juntos nos próximos 8 meses! Um abraço,

Marcelo Guerra

Clique aqui para fazer sua inscrição.


Depressão pós-parto masculina


Dúvidas associadas ao nascimento do filho podem ocasionar a doença

Um recente estudo publicado no Journal of American Medical Association revelou que cerca de 10% dos pais também sofrem depressão após o nascimento do bebê – e este índice aumenta após o primeiro trimestre.

Diferente da depressão pós-parto que ocorre na mulher, ela pode se manifestar mais tarde nos pais provavelmente porque os três primeiros meses são de novidade e muito,  muito trabalho. Outro dado importante é que nos homens é mais comum que a depressão ocorra quando do nascimento do primeiro filho.

O cuidado da mãe com seu filho provoca no homem um sentimento de abandono, como se tivesse sido preterido pelo bebê. Mesmo consciente de que não é esse o caso, o sentimento é este: eu não recebo mais a atenção que recebia, ela já não se importa comigo como antes.

Mudanças no comportamento

Além de sentir-se preterido, a responsabilidade do homem aumenta muito ao tornar-se pai pela primeira vez. Hoje a cobrança por ser um pai presente, participante dos cuidados do filho, aumentou muito, numa mudança gigantesca em relação a décadas passadas, quando o pai tinha como principal tarefa ser provedor da família e, se sobrasse um tempinho, brincar uns minutinhos com o filho. Ser pai hoje exige mais presença e disposição para educar e brincar.

Diante da depressão pós-parto, há mudanças no comportamento do homem, sendo a principal delas o ausentar-se mais de casa, como numa fuga da situação. O homem passa a chegar mais tarde e sair mais cedo, assume novas atividades fora de casa. De repente, entrar para a academia torna-se urgente, depois de anos enrolando para matricular-se. E é sentido mesmo como urgente!

Numa tentativa de reconquistar a atenção perdida de sua mulher, o homem busca afastar a mãe do bebê. Outras vezes, pode aventurar-se em casos extraconjugais, buscando resgatar esta atenção em outras mulheres.

Não importa como o homem reage à depressão pós-parto, o seu sentimento é de tristeza – e o abatimento é difícil de ser escondido. Sintomas típicos da depressão estão presentes, como angústia traduzida por dor no peito, pensamentos constantes, sentimento de inadequação, de que não vai dar conta da responsabilidade que cresceu. Insônia é frequente, geralmente pelos pensamentos persistentes. O homem sente como se  não conseguisse amar seu bebê como gostaria, o que lhe causa mais culpa e sofrimento. A evolução do quadro pode levar a pensamentos de suicídio.

É importante que o homem reconheça que está doente e busque ajuda através da psicoterapia ou de uma medicina que o perceba como um todo, como a Homeopatia ou Acupuntura. Através de um tratamento bem feito, o homem pode resgatar sua autoconfiança e não se sentir sobrecarregado pela responsabilidade aumentada ou relegado a um segundo plano por sua esposa. Assim, poderá encontrar-se de forma inteira com seu filho.

Artigo originalmente publicado em Personare

O lado feminino presente no homem

Artigo originalmente publicado na Revista Online Personare

“Ser um homem feminino não fere o meu lado masculino.” (Pepeu Gomes)

Tanto os homens quanto as mulheres compartilham características que podem ser consideradas masculinas e femininas. Isso ocorre biologicamente e também animicamente. Biologicamente, os hormônios sexuais, estrogênio e testosterona, estão presentes em ambos os sexos, mas em proporções diferentes. O estrogênio é mais preponderante na mulher e a testosterona, no homem.

Animicamente, há dois arquétipos relacionados ao gênero, chamados Anima e Animus. O Animus é o arquétipo masculino presente na mulher e o Anima, o arquétipo feminino presente no homem. É sobre este último que este texto trata.

A Anima é um arquétipo que carrega as qualidades de contração, introspecção, acolhimento, o nutrir o outro, maternidade, o cuidar do outro. São qualidades tradicionalmente associadas ao feminino, e que o homem carrega em sua vida psíquica e pode, ou não, desenvolver ao longo da sua biografia.

Quando somos crianças e adolescentes, recebemos de fora nossa educação, seja pela família, pela escola, pelos grupos que frequentamos, pelas ideologias a que aderimos. Quando nos tornamos adultos, a nossa educação fica em nossas mãos, torna-se auto-educação, e todo nosso desenvolvimento a partir de então está sob nossa responsabilidade.

O cultivo e desenvolvimento da Anima pelo homem depende, então, de sua própria vontade. Nos primeiros anos da vida adulta, o homem se vê diante de circunstâncias que frequentemente o impelem à competição, e isso mantém a sua Anima meio adormecida, latente. Essa competição aparece na vida profissional, onde é mais evidente, assim como nos relacionamentos, em que a busca por uma parceira pode tomar ares de uma verdadeira caçada.

Já na faixa dos trinta anos, o homem (assim como a mulher) já busca temperar mais a razão (característica arquetipicamente masculina) com a emoção (característica arquetipicamente feminina) e assim há um surto de desenvolvimento de sua Anima, como se fosse a puberdade da Anima. As decisões já levam em conta não só fatores materiais, lógicos, mas também sentimentais. No trabalho, por exemplo, ter um bom salário já não representa o único, nem o mais importante, critério para um homem escolher um emprego. Estar num ambiente de trabalho agradável, junto com pessoas amigáveis, conta muito mais. No relacionamento, o fato de uma mulher ser bonita e gostosa diminui um pouco de importância aos olhos do homem, que passa a valorizar mais os atributos de companheirismo, carinho, atenção.

O desenvolvimento da Anima prossegue após esse ‘estirão’ e na faixa dos cinquenta anos a Anima amadurece e floresce no homem (sempre lembrando que a opção ‘ou não’ também é válida, afinal de contas somos livres para escolher o rumo de nossas vidas). Assim, nos relacionamentos amorosos e familiares, o homem passa a ser mais carinhoso, afetuoso, emotivo, demonstra mais os seus sentimentos. No trabalho, tem um cuidado maior com os colegas, principalmente com os mais jovens, de quem muitas vezes pode se tornar uma espécie de tutor e protetor.

Lembro que meu pai, que era um pai disciplinador, autoritário, nessa época me beijou pela primeira vez, o que me causou surpresa e alegria. O pai autoritário tornou-se um avô que cozinhava para nos receber, que puxava os netos pela casa em cima de um ‘tapete voador’, que aprendeu a dizer ‘eu amo você’, que admitiu que sentia muita saudade do pai que morrera há tantos anos, que chorava ao ser homenageado por estagiários em seu trabalho (ele era enfermeiro).

A Anima é um tesouro na vida anímica do homem, que traz conforto e maciez à própria existência e à daqueles com quem se relaciona. Por isso, homens, vamos cuidar bem de nosso lado feminino e fazer um mundo mais carinhoso.

Dedico este texto à memória de Warner, meu pai.

Curso DAO: Observação e Sentido

Uma nova forma de intervenção terapêutica e pedagógica.

No trabalho terapêutico e na educação a Observação e o Sentido são os dois pilares. A Observação busca no exterior o que o Sentido vai elaborar no interior. Neste curso teórico-vivencial iremos abordar os conceitos que permitirão que você desenvolva sua capacidade de observar de forma a obter sentido nas diferentes situações encontradas em sua vida e em seu trabalho.

Tópicos:

  • A Antroposofia e seus princípios básicos;
  • A Biografia Humana;
  • Observação Goetheanística;
  • Potenciais anímicos: Pensar, Sentir, Agir;
  • Vocação e Profissão.

Público Alvo: Profissionais e estudantes dos últimos períodos de Psicologia, Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Serviço Social, Pedagogia e todas as demais carreiras da Educação.

Coordenação:

Rosângela Cunha
Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica


Marcelo Guerra
Médico Homeopata, Acupunturista e Terapeuta Biográfico

Formação Biográfica – Minas Gerais – Escola Livre de Formação Biográfica
Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça.)

Em Juiz de Fora:

Encontros quinzenais, às quintas-feiras, de 18h às 20h,
Datas: 11/03, 25/03, 8/04, 22/04, 06/05, 27/05, 17/06 e 01/07 de 2010, num total de 8 encontros.

Em Nova Friburgo:

Encontros quinzenais, às quartas-feiras, de 18h às 20h,
Datas: 17/03, 31/03, 14/04, 28/04, 12/05, 26/05, 09/06, 23/06 de 2010 , num total de 8 encontros.

Preço: R$800,00 divididos em 4 parcelas de R$200,00.
Grupos pequenos.

Escreva para santana@terapiabiografica.com.br ou marceloguerra@terapiabiografica.com.br para mais informações. Ou ligue para falar com um de nós:

(21)7697-8982 ou (22)9254-4866, Marcelo

(32)8887-8660 ou (31)8532-2217, Rosângela

Grupo de Terapia Biográfica em Nova Friburgo

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Estamos formando novos grupos de Terapia Biográfica em Nova Friburgo (RJ). Se você tiver interesse em participar e aprender mais sobre você, venha participar. As reuniões serão realizadas uma vez por semana, em sessões de 2 horas de duração. Trabalharemos com arte e palavras, revelando o Eu interior.

Na Terapia Biográfica a arte é um elemento fundamental, assim como em todas as atividades humanas ela é um elemento harmonizador.

O impulso artístico proposto por Rudolf Steiner — e formulado pela antroposofia por meio da euritmia, escultura, pintura e arte da fala — é o machado afiado que possibilita ao aprendiz entrar em contato com seus próprios meios. Na busca do elemento artístico específico de cada arte, a pessoa depara-se com o universo dos fenômenos, conhece suas formas de expressão, e pode criar a partir de elementos como equilíbrio, movimento, cor, som, forma, ritmo, etc. A aproximação com tais elementos exige concentração e auto-observação, qualidades que se adquirem durante o próprio fazer artístico.

Ao criar algo completamente novo, saído inteiramente do seu interior, a pessoa trabalha e mostra seus limites ao mesmo tempo em que afirma sua individualidade e valoriza a si mesma. E é assim que, com a ajuda da arte, dá os primeiros passos rumo à superação de si mesma.

O fazer artístico ampliado pela antroposofia é sempre um veículo de expressão da alma. A intenção terapêutica é o equilíbrio e a harmonização interna do indivíduo.

Coordenação: Marcelo Guerra, Médico Homeopata, Acupunturista e Terapeuta Biográfico formado pela Escola Livre de Formação Biográfica de Minas Gerais (Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça).

Local: Rua Ernesto Brasílio, 14 sala 408 – Centro – Nova Friburgo – RJ

Horário: terças-feiras, de 14h às 16h.

Início: 2 de fevereiro de 2010.

Preço: R$120,00 por mês.

Inscrições: marceloguerra@terapiabiografica.com.br ou (22)9254-4866 (deixe mensagem de voz ou de texto)

Workshop Biográfico em Juiz de Fora

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Cada vez mais nos afastamos de qualidades que retratam a essência do nosso EU, gerando como consequência sofrimento e dor. O workshop A Luz e a Sombra na Alma Humana tem por objetivo trabalhar de forma vivencial as forças da alma vinculadas aos sentidos térmico e do olfato, ampliar a qualidade de contato, promover a conscientização dos mesmos e levar à reflexão sobre a forma como lidamos em nossa vida diária com a nossa própria violência e vícios.

Está baseado nos dois primeiros trabalhos de Hércules, sendo destinado às pessoas que desejam trabalhar o autodesenvolvimento.

Metodologia:

Atividades artísticas, danças circulares e outras vivências em grupo.

  • Como é o leão dentro de mim? Como ele age e reage?

  • Que leões eu enfrento na minha vida?

  • Como eu lido com minha agressividade? Como eu lido com a agressividade dos outros?

  • Como são meus impulsos sociais e anti-sociais?

  • O que representam as cabeças da hidra na minha vida?

  • Quais são as sombras que preciso levar à luz para retirar sua força?

Quem coordena?

Rosângela Cunha, Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Terapeuta Biográfica

Marcelo Guerra, Médico Homeopata e Terapeuta Biográfico

(Formação Biográfica – Minas Gerais – Escola Livre de Formação Biográfica
Membro do International Trainers Forum em conexão com a General Anthroposophical Section of the School of Spiritual Science do Goetheanum – Dornach/Suiça.)

Quando e onde?

De 13 a 15 de novembro de 2009, no Seminário da Floresta, em Juiz de Fora.

Quanto? Os preços incluem estadia em quartos individuais, com alimentação no período do workshop. A inscrição é efetivada com o depósito da primeira parcela.

  • R$680,00 ou 4X R$170,00.

Mais informações e inscrições:

Rosângela: (31)8532-2217ou (32)8887-8660 santana@terapiabiografica.com.br

Marcelo: (22)9254-4866 ou (21)7697-8982 marceloguerra@terapiabiografica.com.br

Autoconhecimento e Saúde

Some autoconhecimento e ganhe saúde
Terapia Biográfica ensina como perceber doenças como sinais de alerta

Este artigo foi originalmente publicado na revista online Personare.
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O seu corpo é mantido em funcionamento harmonioso pela energia vital. É ela que mantém os órgãos funcionando de forma equilibrada, e os tecidos cumprindo cada um sua função na complexidade que é o corpo humano. A energia vital é governada pela sua essência, que também é chamada eu interior ou self, que é aquilo que você no fundo é e que traz a memória de sua missão de vida, do sentido que você busca na vida. Esta essência é inconsciente, e você pode acessá-la pela intuição e não pelo raciocínio lógico.

Sua saúde e bem estar dependem fundamentalmente de estar em sintonia com sua missão de vida. Se você está agindo de acordo com ela, sente-se feliz e seu corpo funciona adequadamente. Se, por outro lado, você age de forma diferente daquilo que escolheu como o seu destino faz sentido para sua vida, as doenças aparecem, e você se sentirá triste e angustiada. A doença, nesse sentido, é o sinal de alarme para o afastamento que você está tomando de sua essência. É quando você está doente que deve estar mais atenta para olhar dentro da sua história de vida. Assim, pode buscar, através do sentido que os fatos evidenciam, o sentido da sua própria vida, e recuperar o passo para andar na trilha indicada por esse resgate.

Você pode fazer isso valendo-se de um diário onde você anotará toda noite o que lhe aconteceu naquele dia, o que você aprendeu, a quem você é grata por isso, e o que você pode fazer com isso. Depois de alguns meses escrevendo, releia o conjunto de suas anotações e você começará a perceber como os fatos isolados e os encontros com essas pessoas que lhe ajudam têm um sentido. Procure perceber esse sentido mais com sua intuição, e você perceberá o fio condutor do seu destino. Num Biográfico Panorâmico este trabalho é feito de maneira intensiva e em grupo, além de usar outras formas de expressão, como pintura, dança e modelagem, o que facilita a percepção desse fio condutor.

A sua missão de vida faz parte de um intrincado relacionamento que cada ser humano tem com os outros seres humanos com quem vive em comunidade, com todos os seres do planeta e com o universo. A profissão que você escolheu, por exemplo, não é importante somente para você, mas para muitas pessoas que dependem de você. Quem tem filhos, imediatamente pensa neles, mas é preciso reconhecer que sua vida está ligada a muito mais pessoas, às vezes de forma sutil, como o vendedor de doces que traz aquele docinho que te adoça a tarde monótona no escritório. Dependemos uns dos outros e cada um tem sua missão de vida entrelaçada às missões de cada um na humanidade. Poderíamos chamar esse inter-relacionamento de Ecologia Humana.

O trabalho biográfico de base antroposófica busca clarear este sentido da vida, a missão de vida, através do resgate de fatos da vida. Entender a própria história permite transformar o presente, e viver em plenitude dentro da missão de vida que cada um escolheu para si mesmo.

O trabalho biográfico lança mão de reflexão individual, resgatando os fatos do passado de cada um; da partilha desses fatos em grupo, onde muitas vezes o outro funciona como espelho; e através da arte, que é a forma de expressão pela qual o inconsciente melhor se expressa. Assim jogamos luz em nossas vivências, e percebemos como nossa Essência essência se manifesta, para podermos fazer as mudanças necessárias em nossas vidas para agir de acordo com ela e sermos mais felizes e saudáveis.

E quanto às doenças, aprenda a percebê-las como amigas que lhe lembram de parar e refletir sobre sua própria vida e perceber se você está indo na direção que você mesma traçou para o seu desenvolvimento.Afinal de contas as melhores amigas são aquelas que nos avisam quando estamos no caminho errado.

Praticando o Desapego

Cena do filme Partidas


A entrega do Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano trouxe uma surpresa. O filme japonês Partidas (Departures /Okuribito) levou a tão desejada estatueta no lugar de outros filmes mais incensados pela crítica. Mas afinal de contas, o que Partidas tem que o torna tão especial? Trata-se da história de um homem na faixa dos 20 anos, casado, que toca violoncelo numa orquestra em Tóquio, e esta é dissolvida pelo patrocinador. Ele volta à sua cidade natal com a sua mulher e consegue um emprego no qual ganha muito bem. O que o desagrada é o novo trabalho em si: arrumar defuntos para serem cremados, numa cerimônia em que a família da pessoa morta está presente. À medida em que ele persiste no emprego, começa a perceber a importância do que faz e a dignidade de honrar os mortos em sua despedida.

Um outro filme, este feito para a TV, pela HBO, chamado Correr Riscos (Taking Chance) mostra um coronel que escolta o corpo de um soldado morto na guerra do Iraque para ser entregue a seus pais no interior, e também fala de despedir-se com dignidade.

A morte faz parte da vida, mas muitas vezes a negamos, talvez pelo medo, talvez por estarmos ocupados demais tentando sobreviver. Quando entendemos a morte como a outra face da vida, esta toma um novo sentido. Podemos efetivamente viver – e não somente sobreviver. Geralmente a morte, principalmente de pessoas queridas, nos sacode de nossa zona de conforto, de uma forma mais ou menos intensa, provocando questionamentos sobre a vida, principalmente sobre aquelas questões que adiamos a resolução. A morte nos lembra que tudo passa, que nada é para sempre, e dá uma noção real de que o tempo anda, e não espera.

É preciso saber dizer adeus a quem nos deixa, mesmo sabendo que o que está presente naquele instante é um corpo sem vida. Isso realça a dignidade da vida, não só daquele que morreu, mas de quem ainda vive.

Dizer que a morte faz parte da vida nos faz pensar só no final, mas é muito mais presente do que isso: a cada situação em que precisamos terminar algo para começar uma nova etapa da vida, a morte está ali. Na Índia, a religião hindu tem uma trindade de deuses, formada por Brahma, Shiva e Vishnu. Brahma é o criador de tudo, Shiva é o destruidor e Vishnu o preservador. Parece meio sinistro um deus que destrói, mas é através da destruição do que está gasto que há renovação, que é possível nascer o novo. Não à toa, Shiva é o deus mais adorado na Índia, tendo muito mais templos onde é cultuado, do que os outros deuses da trindade hindu.

Pode parecer absurdo o que eu vou dizer, mas integre a morte em sua vida para que você possa viver mais plenamente. Busque soluções para aqueles problemas que vem adiando, como se o tempo não passasse. Perceba o que já terminou em sua vida, e você não reconhece. Muitas vezes nos apegamos a situações que já não fazem mais sentido, somente pela rotina. Podem ser situações de trabalho, de relacionamento, de hábitos. Viver tendo presente a perspectiva de que morreremos não deveria trazer medo, mas acentuar a responsabilidade que temos de fazer com que a nossa vida tenha o rumo que planejamos para ela. Assim, podemos ser dignos de um dia morrer conscientes de que buscamos (mas nem sempre conseguimos) realizar aquilo que é necessário da melhor forma possível.

Artigo originalmente publicado na revista online Personare.

A Terapia Biográfica e o Poder do Agora

Artigo originalmente publicado na revista online Personare

Foto db blog Valongo Santos
Foto do blog Valongo Santos

Reviver ou resgatar o passado?

Consciência do que conquistamos nos ajuda a moldar metas mais seguras

Por Marcelo Guerra

Recentemente, recebi um e-mail com críticas ao trabalho da Terapia Biográfica, alegando que seria uma forma de reviver o passado e não viver o presente, citando vários filósofos e gurus. Respondi que a Terapia Biográfica tem o objetivo de encontrar sentido através da observação de fatos da própria vida, que são revistos de maneira objetiva, separando o que são fatos do que são sentimentos. Por isso, a proposta em nenhum momento é ‘reviver’ o passado, mas resgatá-lo, para compreender o presente e mudar o futuro.

Existem várias formas de iniciação, baseadas em ensinamentos de diversos mestres e tradições, mas nenhuma tão sensível a realizar mudanças em nossas vidas quanto a compreensão da própria biografia. Este é o significado de ‘resgatar o passado’, obter o entendimento da história que vivemos até agora, para perceber que o nosso comportamento hoje é determinado em grande parte por esta história, que não pode ser mudada, mas compreendida. Neste ponto, o momento presente deixará de ser governado por padrões de comportamento nem sempre agradáveis.

Viver o presente muitas vezes pode significar repetir padrões criados no passado. Esses padrões são inconscientes e geralmente nos damos conta deles justamente quando olhamos para trás. Vemos várias situações que, no momento em que aconteceram, pareciam tão originais, revelarem-se as mesmas, mas com personagens diferentes. Resgatar o passado é justamente tirar a sua vida de lá e trazê-la para o presente, deixando de ser refém do que passou, repetindo padrões que já não cabem mais.Viver o momento atual não pode significar jogar o passado para baixo do tapete, como se não houvesse existido. Porque muito do que vivemos hoje (e que outras pessoas também vivem), foi construído também, criado por ações e omissões nossas no passado. E o futuro poderá ser moldado com metas seguras, afinal estaremos navegando em mares agora conhecidos, apesar das novidades que sempre surgirão em nossas vidas. Quando resgatamos o passado, percebemos esses padrões e podemos conscientemente transformar nossas vidas de forma que atuemos a partir do que o momento presente nos pede e não a partir da repetição de padrões.

A Terapia Biográfica enfatiza a responsabilidade pessoal pela própria vida. Longe da ideia do ‘homem que se faz sozinho’, é preciso reconhecer as ajudas que recebemos (mesmo quando elas vieram disfarçadas de obstáculos no caminho). Mas é preciso ter consciência do que conquistamos por nossas iniciativas. Na minha situação, por exemplo: há 20 eu sou médico e tive que renunciar a muita coisa para conseguir isto. Também tive ajuda de meus pais, de professores, de colegas, para chegar aqui – e tive que enfrentar obstáculos também. O sentido que esta ajuda e que meu esforço para atingir este objetivo revelam pode me ajudar a estabelecer metas para as conquistas que ainda almejo, e trabalhar hoje em cima delas. A mesma responsabilidade pessoal deve ser buscada nos fatos desagradáveis da vida: o que eu faço para que eles aconteçam? Desta maneira, a sua própria história torna-se o seu grande mestre. E assim você pode viver o agora plenamente!

O que você quer para sua vida?

>>Este artigo foi originalmente publicado na Revista online Personare, em dezembro de 2008.

Você já reparou que suas decisões nos assuntos que mais afetam a sua vida não levam em conta apenas as circunstâncias externas, mas principalmente seus ideais, suas aspirações, seus desejos? Nosso mundo interno cada vez fala mais alto e exige mais respostas. Perguntas como “Quem eu sou?”, “O que estou fazendo aqui?” ou “O que eu quero para a minha vida?” aparecem e reaparecem em determinados momentos de nossas trajetórias..

A construção de uma carreira bem sucedida, por exemplo, leva em conta muito mais fatores do que o salário do fim do mês. Considera o grau de identificação com os colegas, além da satisfação que o trabalho pode oferecer. Estes são fatores que extrapolam a simples lógica do mundo material, é o nosso mundo interior se manifestando, querendo ser ouvido.

É aí que reside a importância da Terapia Biográfica. Porque não há melhor material para entendermos o que queremos das nossas vidas do que a história de nossas próprias vidas. Muitas vezes buscamos respostas em um livro, num guru, numa corrente filosófica. Contudo, as respostas reais brotam dos fatos da vida que levamos até aqui, como reagimos a eles, como os sentimos, como os transformamos em padrões e porque ficamos presos a esses padrões. Através destas respostas podemos agir criando metas para o futuro, mudando a vida de acordo com o sentido que lhe atribuímos.

A Terapia Biográfica é aplicada de diversas formas, em diferentes situações. Os encontros biográficos, que duram quatro dias, são oportunidades de rever toda a história de forma panorâmica, como se você estivesse olhando do alto de uma montanha para a sua vida. Dessa experiência pode-se separar o que é essencial do que é acessório. Esta visão panorâmica é apoiada por atividades artísticas, como a aquarela, em que muito se diz sem palavras. O momento final é dedicado a estabelecer o seu próprio programa de metas de mudanças que você deseja para sua vida, baseado exclusivamente no que você viu nesse panorama. É uma oportunidade de dirigir nosso olhar para a nossa própria história por quatro dias inteiros. Pessoas que participam dos panoramas biográficos saem muito motivadas e obtêm uma clareza bem maior do que é preciso mudar, pois enxergam o que é essencial nas suas vidas.

Você pode perceber que o seu interior está em desequilíbrio quando:

  • Começa a tomar atitudes das quais logo em seguida se arrepende
  • Apresenta comportamentos compulsivos, como comprar coisas que não precisa, pela simples necessidade de gastar dinheiro (que muitas vezes você não tem)
  • Fica preso a um relacionamento no qual não se sente satisfeito, mas do qual não consegue se livrar, repetindo padrões muitas vezes herdados de seus pais.

É preciso perceber e separar os galhos da árvore da sua vida que ainda podem frutificar daqueles que precisam ser podados, para que o restante da árvore readquira o vigor. A Terapia Biográfica ajuda nesse processo. Ela é fruto dos tempos em que vivemos, em que cada um de nós busca compreender-se melhor como indivíduo e afirmar seu papel na comunidade em que vive.

Marcelo Guerra